quinta-feira, 17 de março de 2016

Ato pela Legalidade Democrática

Quarta feira, 16 de março de 2016, O Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o Tuca,  deu lugar aos dramáticos apelos aos direitos de continuar a exercer a democracia  conquistada de forma plena.
O Tuca  um dia foi palco de um dos mais importantes momentos da nossa Música Popular Brasileira, quando a Tropicália veio mostrar as novidades aos ouvidos acostumados aos acordes perfeitos, feridos pela subversão das guitarras elétricas, aos acordes de "É proibido Proibir". Caetano Veloso, Gilberto Gil, os Mutantes chegaram para o novo, no dia 15 de setembro de 1968.  Pude conferir,  ainda menino, bem depois,  um espetáculo à parte de Caetano Veloso, no mesmo teatro, no  auge da sua arte,  cantando “O Vampiro, de Jorge Mautner, da obra Cinema Transcendental.  Inesquecível


 Ontem o Tuca estava aberto, mas não era para um show. Foi o Palco para alguns dos mais importantes intelectuais, juristas e artistas discutirem, junto aos estudantes, sobre o momento atual em que se passa o Brasil., em favor da dignidade, justiça e soberania, pela Legalidade da Democracia, seriamente ameaçada por interesses covardes, conservadores e retrógrados da sociedade brasileira. A  maioria dos que estão aflorados pela raiva, ódio e agressividades, não sabem o que é política, não sabem da história e também não sabem da arte. A multidão está sendo impregnada e acometida pela ignorância e pelas pregações fascistas da direita, da mídia e da justiça, que parece querer 'compartilhar' o poder, de qualquer maneira.

A filósofa Marilena Chauí
Pude conferir então, os discursos claros e reais desse momento delicado. Estavam presentes o ator Sérgio Mamberti, a cineasra Tata Amaral e o humorissta Gregório Duvivier, Os juristas Celso Antônio Bandeira de Mello, Eugênia Gonzaga, Fabio Konder Comparato, Gilberto Bercovici, Jorge Souto Maior. Pedro Serrano, Pedro Paulo Manus, Rafael Valim, Weida Zancaner, Luis Carlos Bresser Pereira, Luis G. Belluzzo, Maria Rita Kehl, entre outros.


A seguir, as palavras da filósofa Marilena Chauí

“Não é só a ameaça de golpe, o problema é o conservadorismo e reacionarismo político, que tomou conta da Europa, depois dos acontecimentos de Paris,  está tomando conta dos EUA. Donald Trump pode ganhar as eleições e ele tem o apoio da Ku Klux Klan. Ele se declarou contra todos os direitos, os direitos das mulheres, dos negros, os direitos dos mexicanos, dos homossexuais, de todo mundo..então temos uma onda conservadora sem uma possibilidade de segurança que é esse momento neoliberal do capitalismo, um capitalismo sem trava de segurança...é nesse contexto que nós temos então a crise, a crise econômica no Brasil e nós temos a política do golpe......
....o que nós temos efetivamente é a consolidação de uma perspectiva conservadora e reacionária que aparece nas ruas, sem nenhuma proposta, que só dá vazão ao ódio e à vingança, aos ressentimentos contra os programas sociais, contra qualquer tentativa de diminuir a desigualdade....é isso que tem que ser articulado aos outros elementos que compõem esse cenário no caso brasileiro..
....A mídia brasileira é um escárnio, ela  impede não só o exercício e o incentivo da liberdade de expressão dos direitos,  a palavra e a expressão, como também manipula todas as informações para produzir, não a desinformação, mas a falsa informação, o que é muito mais grave.
Esses procuradores  escreveram e  assinaram um manifesto pró Aécio .......o judiciário,  que opera arbitrariamente ao arrepio da lei, contra a lei e na forma da violência e a ideologia que aparece na forma do ódio  do ressentimento  e da vingança, nas manifestações ocorridas.”





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