Quarta feira, 16 de
março de 2016, O Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o
Tuca, deu lugar aos dramáticos apelos aos direitos de continuar a exercer a
democracia conquistada de forma plena.
O Tuca um dia foi palco de um dos mais importantes
momentos da nossa Música Popular Brasileira, quando a Tropicália veio mostrar
as novidades aos ouvidos acostumados aos acordes perfeitos, feridos pela
subversão das guitarras elétricas, aos acordes de "É proibido Proibir". Caetano Veloso, Gilberto Gil, os Mutantes
chegaram para o novo, no dia 15 de setembro de 1968. Pude conferir, ainda menino, bem depois, um espetáculo à parte de Caetano Veloso, no
mesmo teatro, no auge da sua arte, cantando “O Vampiro, de Jorge Mautner, da obra Cinema Transcendental. Inesquecível
Ontem o Tuca estava aberto, mas não era para
um show. Foi o Palco para alguns dos mais importantes intelectuais, juristas e
artistas discutirem, junto aos estudantes, sobre o momento atual em que se passa o Brasil., em favor
da dignidade, justiça e soberania, pela Legalidade da Democracia, seriamente
ameaçada por interesses covardes, conservadores e retrógrados da sociedade
brasileira. A maioria dos que estão
aflorados pela raiva, ódio e agressividades, não sabem o que é política, não
sabem da história e também não sabem da arte. A multidão está sendo impregnada e acometida pela ignorância e pelas pregações fascistas da direita, da mídia e da justiça, que parece querer 'compartilhar' o poder, de qualquer maneira.
A filósofa Marilena Chauí |
Pude
conferir então, os discursos claros e reais desse momento delicado. Estavam
presentes o ator Sérgio Mamberti, a cineasra Tata Amaral e o humorissta Gregório
Duvivier, Os juristas Celso Antônio Bandeira de Mello, Eugênia Gonzaga, Fabio
Konder Comparato, Gilberto Bercovici, Jorge Souto Maior. Pedro Serrano, Pedro
Paulo Manus, Rafael Valim, Weida Zancaner, Luis Carlos Bresser Pereira, Luis G.
Belluzzo, Maria Rita Kehl, entre outros.
A
seguir, as palavras da filósofa Marilena Chauí
“Não
é só a ameaça de golpe, o problema é o conservadorismo e reacionarismo
político, que tomou conta da Europa, depois dos acontecimentos de Paris, está tomando conta dos EUA. Donald Trump pode ganhar as
eleições e ele tem o apoio da Ku Klux Klan. Ele se declarou contra todos os
direitos, os direitos das mulheres, dos negros, os direitos dos mexicanos, dos
homossexuais, de todo mundo..então temos uma onda conservadora sem uma possibilidade
de segurança que é esse momento neoliberal do capitalismo, um capitalismo sem
trava de segurança...é nesse contexto que nós temos então a crise, a crise
econômica no Brasil e nós temos a política do golpe......
....o
que nós temos efetivamente é a consolidação de uma perspectiva conservadora e
reacionária que aparece nas ruas, sem nenhuma proposta, que só dá vazão ao ódio
e à vingança, aos ressentimentos contra os programas sociais, contra qualquer
tentativa de diminuir a desigualdade....é isso que tem que ser articulado aos
outros elementos que compõem esse cenário no caso brasileiro..
....A
mídia brasileira é um escárnio, ela impede não só o exercício e o incentivo da
liberdade de expressão dos direitos, a
palavra e a expressão, como também manipula todas as informações para produzir,
não a desinformação, mas a falsa informação, o que é muito mais grave.
Esses
procuradores escreveram e assinaram um manifesto pró Aécio .......o
judiciário, que opera arbitrariamente ao
arrepio da lei, contra a lei e na forma da violência e a ideologia que aparece
na forma do ódio do ressentimento e da vingança, nas manifestações ocorridas.”
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