quarta-feira, 19 de julho de 2017

Missa de 7º dia do carroceiro Ricardo de Oliveira Santos

A missa de 7º dia do carroceiro Ricardo de Oliveira Santos, morto no dia 12 de julho, foi realizada na Catedral da Sé nesta tarde fria de quarta feira. A missa se transformou em uma manifestação contra a violência policial, com participação de catadores  de papel,  moradores de rua, além da atriz Letícia Sabatella, do ator Sérgio Mamberti e do jornalista Juca Kfouri. Estava presente também o ouvidor da polícia do Estado de São Paulo, Júlio Cezar Neves. Letícia defendeu que é preciso respeitar a dignidade de um ser humano em quaisquer circunstâncias.
A cerimônia foi realizada pelo Sacerdote Julio Lancellotti, da Pastoral Do Povo De Rua. O padre disse que o catador executado representa as milhares de pessoas vítimas da violência, e que "todas as pessoas têm o direito de viver." O ato se fez sob o lema  "Somos um povo que quer viver."
A frase "Que País é Esse", cantada pelo grupo Legião Urbana, dos anos oitenta, parece que será um bordão por muito tempo. Executar uma pessoa como Ricardo de Oliveira, sem a menor defesa, um simples carroceiro, que no mínimo deveria ser amparado pela sociedade, parece coisa de fim dos tempos, ou mais uma barbaridade entre tantas outras. Parece que o espírito do ser humano, da civilização moderna/contemporânea, está enraizado nas trevas de sua existência e não terá salvação. Será que esses indivíduos, que matam, que pensam apenas em si mesmos, dessa sociedade individualista, covarde e corrupta, será que eles ainda rezam a deus com tranquilidade? Com certeza rezam para si mesmos sem a menor intenção de pensar no próximo, isso não seria relevante. Esse sistema brasileiro, que é sistema nenhum atualmente, está matando, não só Ricardo de Oliveira, mas muitos outros e muitos sonhos dos que pretendiam algo dentro de uma sociedade organizada. A organização da sociedade atual brasileira simplesmente não existe. A Igreja Católica ampara nesse momento trágico os que procuram um apoio espiritual e social, comum aos artistas, escritores, carroceiros, moradores de rua, catadores de papel, os que anseiam por justiça. Esse tipo de covardia vai continuar. Não vai ser da noite pro dia que as injustiças irão cessar. Padre Lancellotti diz que "esperamos justiça para esse irmão e para tantos outros." Mas como esperar justiça em um país onde não há justiça? Às vezes, por instantes, eu imagino se estou em um mundo fictício ou real, o que é ficção e o que é realidade. Esse desfecho trágico termina em uma porta de Igreja e tinha uma atriz presente. Isso é realidade.

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terça-feira, 4 de julho de 2017

Pôr de sol


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